segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mensagem de Fernando Pessoa

Mensagem acabaria por vir a lume em 1934, tendo os seus poemas sido escritos entre 1913 e 1934. O título primitivo deste livro era Portugal.
Mensagem é uma obra simbólica, de natureza ocultista e esotérica, situada naquilo que o próprio Pessoa considerava de «nacionalismo místico».
O livro divide-se em três partes: Brasão, que compreende Os Campos, Os Castelos, A Coroa, As Quinas, O Timbre, e onde desfilam os heróis lendários ou históricos, desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo poeta, ora definindo-se a si mesmos; Mar Português, com poesias inspiradas na ânsia do desconhecido e no esforço heróico da luta com o mar - Os Descobrimentos - ; O Encoberto, que compreende Os Símbolos, Os Avisos, Os Tempos e onde se afirma um sebastianismo de apelo e de certeza profética. Está patente, nesta parte o mito do Quinto Império.
A poesia da Mensagem é uma poesia épica sui generis, melhor diríamos epo-lírica, não só pela forma fragmentária como pela atitude introspectiva de contemplação no espelho da alma. Dum modo geral, o poeta interioriza, mentaliza a matéria épica, integrando-a na corrente subjectiva, reduzindo essa matéria a imagens simbólicas pelas quais o poeta liricamente se exprime.
Não é tanto o Império terreno que ele canta, mas sim a ideia condutora, o que não existe no mundo sensível, a quimera, o mito, a fome do impossível, o sonho, a loucura, « sem a loucura que é o homem/ Mais que besta sadia,/cadáver adiado que procria?»

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