Caeiro é a nossa reconciliação com o universo, o regresso à idade idílica da harmonia com a Natureza que, aliás, não é idílica. Na verdade, Caeiro é o mero Sonho desse sonho. Nós não podemos recuperar a alma grega que o cristianismo corroeu sem remédio. Não podemos ser pagãos por inocência. Caeiro não é uma saída verdadeira do labirinto do Tempo, o nada vivo em que estamos como Pessoa o visiona. É uma porta pintada para nos fazer crer que tocamos com mãos de vida e não de sombra o autêntico real.
Eduardo Lourenço, Fernando, Rei da Nossa Baviera
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